Criptomoedas e ouro são vistos como “ativos do medo” pela BlackRock
O diretor executivo da BlackRock, Larry Fink, fez algumas declarações interessantes sobre o cenário financeiro atual. Ele mencionou que muitos investidores estão buscando criptomoedas e metais preciosos, como o ouro, como “ativos do medo”. Isso acontece principalmente por causa das preocupações em relação ao aumento da dívida pública no mundo todo.
Fink explicou que possuir esses ativos é muitas vezes uma resposta ao receio de perder o valor do dinheiro. Ele esteve presente na conferência Future Investment Initiative em Riade, onde enfatizou que as pessoas adquirem criptoativos e ouro por questões de segurança financeira e até segurança física. “Você se preocupa com o que pode acontecer com seus bens”, disse.
Adicionalmente, o foco no que ele chamou de “comércio de desvalorização” se intensificou. Os investidores estão cada vez mais se afastando das moedas tradicionais em busca de algo mais tangível. Fabian Dori, do Sygnum Bank, comentou que essa mudança está relacionada ao fortalecimento das políticas fiscais e monetárias, especialmente em relação ao dólar.
As preocupações se tornam ainda mais relevantes quando olhamos para os números: a dívida pública dos Estados Unidos está prestes a ultrapassar as cifras da Itália e da Grécia pela primeira vez neste século. Até 2030, a previsão é que a dívida atinja 143,4% do PIB, um aumento significativo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que o déficit orçamentário dos EUA pode ficar acima de 7% do PIB anualmente, o que é preocupante em comparação com outros países.
Mudança de postura de Fink em relação às criptomoedas
Curiosamente, Fink passou por uma transformação em sua visão sobre as criptomoedas. Em 2017, ele as considerava um “reduto de lavadores de dinheiro”. Agora, em 2024, ele se descreve como um “grande entusiasta”. Para ele, as criptomoedas se tornaram um “instrumento” que as pessoas usam quando estão apreensivas.
Recentemente, informando à CBS, ele afirmou que as criptos cumprem um papel que antes era apenas do ouro. E ao gerenciar US$ 12,5 trilhões em ativos, suas opiniões realmente impactam os mercados globais.
Nic Puckrin, analista de criptomoedas e cofundador do The Coin Bureau, acrescentou que o Bitcoin, embora tenha surgido como um “ativo de proteção” durante a crise de 2008, agora abrange também uma visão mais ampla sobre o futuro do setor financeiro.
Alguns ainda veem o Bitcoin e outras criptomoedas como um escudo contra a desvalorização das moedas tradicionais. Em uma perspectiva de longa data, Puckrin ressalta que essa é uma tendência que deve durar.
Atualmente, o Bitcoin está sendo negociado em torno de US$ 114.820, com uma leve queda de 0,4% nas últimas 24 horas. Apesar disso, alguns usuários da plataforma Myriad, voltada para previsões do mercado, têm uma visão cautelosa e acreditam que o Bitcoin não conseguirá superar o ouro este ano, refletindo uma incerteza contínua sobre a volatilidade do mercado de criptoativos.
Dori lembrou de sinais de que o ambiente está mudando, como entidades governamentais nos EUA estudando reservas estratégicas e grandes investidores enxergando o Bitcoin como garantia. Essas movimentações mostram que o cenário financeiro está, lentamente, se ajustando às novas realidades econômicas.





